SOBRE

O propósito do Eco-Mídia é ser uma plataforma de pesquisa e práticas comunitárias que une mídias, tecnologias de informação e comunicação, direitos digitais e justiça socioambiental climática e na territorialidade sul-sul

A ORIGEM

O Eco-mídia: tecnologia em tempos de emergência socioambiental climática surge dos questionamento da pesquisadora Lori Regattieri (ela/dela/elu) acerca do papel da técnica, informação e mídia em tempos de emergência socioambiental climática.

De família de trabalhadores rurais e comerciantes, minha história se entrelaça com os aprendizados em cursos técnicos de informática na adolescência e o trabalho com meu pai, no setor automotivo. Com formação acadêmica interdisciplinar, que foi de sistema de informação – não finalizado – e serviço social, parte de mestrado em humanidade digitais e doutorado em comunicação e cultura, cursei disciplinas como estatística, gestão de banco de dados, formação de políticas públicas e economia política da mídia.

Ao longo de 15 anos, entre pesquisas acadêmicas e práticas comunitárias, o projeto foi se consolidando na questão da técnica e de como alguns sistemas ordenam, privilegiam ou invisibilizam determinadas vozes. As plataformas de mídia social promovem a desinformação sobre as mudanças climáticas e o greenwashing corporativo às custas da diversidade de mensagens do movimento sul-sul por justiça socioambiental climática.

Toda a indústria tem investido em ferramentas de inteligência artificial e esta aposta, de governos e corporações, prova que ações extrativistas perpetuam micro agressões. Assim como ocorreu com a estatística e a medicina, em um passado científico eugenista, ainda são poucos os mecanismos para garantir que esses sistemas sejam responsabilizados por danos, preconceitos e discriminação.

Questionando mitos e fábulas sobre progresso do ocidente, a partir dos ensinamentos de Milton Santos, Denise Ferreira da Silva e Gilbert Simondon, em vez de aldeia global, passo a considerar a perversidade da globalização, que homogeneiza e organiza, seletivamente, as condições para que populações do mundo vivam a concretude do tempo e das realizações do acelerado desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação.

O PROJETO

O Eco-Mídia: Tecnologia em tempos de emergência socioambiental climática propõe, por meio de pesquisas, práticas comunitárias e colaborações com parceiros, desenhar outros protocolos e documentações, e construir tecnologias a serviço de quem historicamente sempre esteve à margem.

O projeto se dedica ao desenvolvimento de pesquisa, protocolos técnicos e na elaboração de aplicações úteis à comunidade, no que diz respeito aos estudos que cruzam tecnologia, plataformas de mídia e justiça ambiental e climática.


ATUAMOS NAS SEGUINTES INTERSEÇÕES

Ciências, técnicas e tecnologias desde o sul-sul

práticas de baixo impacto, escala controlada e valorização de vínculos comunitários para o desenvolvimento de tecnologias cívicas, desde ​​as interseccionalidades decoloniais e suas dissidências sexuais e de gênero


Internet, conectividade e infraestruturas soberanas

arquiteturas de circulação e valorização do conhecimento (dados, informação etc) soberano e auto-determinado de comunidades indígenas, quilombolas e grupos autônomos


Sistemas de informação, mídias e as fronteiras hierárquicas da automação

protocolos de pesquisa baseados em revisão de literatura, entrevistas e conversas sobre as principais barreiras e oportunidades para o compartilhamento de informações nas plataformas de redes sociais e o impacto de seus algoritmos enviesados


COMO FAZEMOS

Pesquisa científica, notas técnicas;
Artigos de opinião, entrevistas com pesquisadores, tecnólogues, fazedores, ativistas;
Laboratório de tecnologia e mídia, cursos e oficinas;
Comunidade de criação de protocolos, documentação, sistemas de automação, códigos abertos;
Desenvolvimento de aplicações baseadas em princípios de justiça, autonomia e transparência.

O QUE NOS MOVE

Decolonialidade, em base ao pensamento sul-sul;
Interseccionalidade, de acordo com o feminismo negro;
Decrescimento, escala negociada e práticas de baixo impacto, como aprendido com comunidades rurais, quilombolas e indígenas e todes aqueles à margem do progresso técnico ocidental;
Diminuição de impactos da dominação colonial, racista, classista, capacitista, de gênero, sexuais e toda e qualquer dissidência corporal;
Visibilidade para técnicas e mídias de estímulo do conhecimento e preservação da memória das populações invisibilizadas;
Autonomia, soberania e justiça desde a incomensurabilidade da diferença e solidariedade.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS

Abong | Associação Brasileira de ONGs
GIFE | Grupo de Institutos, Fundações e Empresas
OC | Observatório do Clima
COIAB | Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
APIB | Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
CONAQ | Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas
MAB | Movimento Atingidos por Barragens
MST | Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
CPT | Comissão Pastoral da Terra

APOIO INSTITUCIONAL

pt_BRPortuguese